'Cada dia tem a sua história!' - mercado municipal Maputo

Olá minha gente!
Desta vez escrevo-vos do país mais português que Portugal.
Depois duma viagem bem longa como já era previsto, aterrei em Maputo.
O David estava à minha espera. Finalmente pude falar com gente!!
(o David é um DI que estudou comigo em Holsted, que está cá desde Novembro)
Ao pé dele tudo foi mais fácil, desde cambiar dinheiro, a andar de taxi sem ser xulada.
Maputo - Machava 500Meticais (1€ - 39meticais) 30 km
Desde que saimos do aeroporto arregalei os olhos para tudo.
Primeiro, tudo à minha volta voltou a ser em português. E depois tudo é diferente. Desde conduzirem do lado esquerdo, a um sinal de transito com a forma do stop a dizer SIGA!...
Tudo muito creativo, imaginação não lhes falta.
Tenho tanto que poderia contar que nem que ficasse aqui toda a noite, não tinha tempo ou memória para escrever tudo.
Então vou por um tópico e um pequeno comentário. Se for interessante para alguém deixem comentário sobre isso que eu escrevo mais um bocadinho.
Correio:
quando o Maomé não vai à montanha... a montanha tem de ir ao Maomé. Certo?
É a mesma coisa... Aqui não há carteiro... Se quiserem saber de correspondência podem ir todos os dias aos correios perguntar.
Auto-estrada:
troço em alcatrão... sem guias, separador, nada... bota p'rá frente que o que há mais é gente.
Passeios:
São para vender todo o tipo de coisas... as pessoas essas deverão caminhar na rua.

Chapa:

Imaginem uma carrinha com 9lugares. Já imaginaram? 'Estamos juntos??'

No lugar da mala tem também banco o que faria 12. Depois estes engenheiros tiveram ainda outra ideia. Qual colocar uns bancos desdobráveis. Ora portanto, 4+4+4+4 dá 16. 

Quando se olha para dentro da carrinha é tipo estádio da luz... escuro e sistema de rega ligado. Sim porque suar é tão natural como respirar nesta terra. 

É também o lugar predilecto da bandidagem.
Ora portanto, andar de Chapa são 5meticais (7,5 se o trajecto incluir a auto-estrada). Eles dão 5meticais e em troca levam telemóveis, camaras fotográficas, dinheiro. Um variadissímo almanaque de presentes.

Bichos:
Mosquitos:
Raio que os parta! Os vampiros podiam bem mudar-se todos para cá.. só tinham que caçar mosquitos que estes andam carregadinhos de sangue. Nunca fui tão ferrada na minha vida. Eles bebem até não poder mais. Depois de beberem não fica uma borbulhinha e comichão... Fica sangue e dorzinha estúpida, que multiplicada por inúmeras picadelas em variadissímas partes do corpo é o deus nos acuda.
Osgas
No quarto, nas janelas, nas paredes, no meu pijama, na minha mala... Pelo menos andam a fazer o bem. Morte ao Mosquito!
Sapos
Belíssimos e amigáveis. Sentadinhos na vidinha deles à espera que a comida lhes passe à frente dos olhos. O que pode demorar mas acontece. E de magrinhos não tem nada.
Borboletas
Burras como portas, que se deixam apanhar pelas osgas, mesmo as mais pequeninas. E enormes e coloridas.

Centopeias e baratas
É o Pânico! Há-as e não são poucas e não são muitas! Horrível!

Cobras
É a palavra de guerra. Ainda não me cruzei com nenhuma (nem quero) mas o que o Beto me contou foi que se alguém da comunidade vê uma cobra é a maluqueira.. é tudo com paus e sacholas atrás da pobre coitada e se não a encontrarem chegam fogo ao campo onde foi vista pela ultima vez. Com cobras eles não brincam. É tudo em Labaredas!

Agora vou para o meu quartinho conviver um bocadinho com as osgas que afinal de contas já somos intimas. Dormimos juntas no primeiro encontro.

'Estamos juntos.' Slogan Moçambicano

Daniela K. Pinto gosta disto.